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Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância

O mês de abril é conhecido como o mês da prevenção dos maus-tratos na infância. Sobre esta iniciativa, mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância, sabe-se que:


Em 1989, uma mulher norte americana (Bonnie Finney) amarrou uma fita azul na antena do carro, em homenagem ao seu neto, vítima mortal de maus-tratos. Com esse gesto quis “fazer com que as pessoas se questionassem”. A repercussão desta iniciativa foi de tal ordem que abril passou a ser o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância. [fonte: https://www.cnpdpcj.gov.pt/mes-da-prevencao-dos-maus-tratos-na-infancia]


Passados 35 anos, continua a ser importante falar-se e consciencializar-se para este tema.



Quando falamos de maus-tratos na infância estamos a falar de quê?


A Organização Mundial da Saúde (OMS) define abuso infantil e maus-tratos infantis como "todas as formas de maus-tratos físicos e/ou emocionais, abuso sexual, negligência ou tratamento negligente ou exploração comercial ou outra, resultando em dano real ou potencial à saúde, sobrevivência, desenvolvimento ou dignidade da criança no contexto de uma relação de responsabilidade, confiança ou poder".


Não sendo este um fenómeno novo, verifica-se que, com frequência, crianças e adolescentes se deparam com comportamentos violentos nas suas relações interpessoais, podendo resultar em danos físicos e psicológicos, bem como em consequências graves no desenvolvimento de comportamentos pró-sociais. Neste sentido, quando falamos de maus-tratos estamos a falar de violência.


Como mencionado, a violência não é um fenómeno atual. Hoje existe uma maior consciencialização do que é a violência, e do que são comportamentos violentos, pelo que existem mais casos reportados, e temos acesso, através das redes de comunicação, ao conhecimento de um aumento destes comportamentos, que se traduz no aumento de casos reportados e não a um aumento efetivo dos comportamentos de violência praticados. No entanto, se existem é importante falarmos e consciencializarmos sobre as atitudes e comportamentos que traduzem a violência nas nossas relações interpessoais. 


É reconhecida a importância de prevenir o abuso e a negligência infantil, bem como promover o fortalecimento das competências das famílias, e de todas as pessoas. Embora se verifiquem muitos progressos ao longo dos anos, ainda há mais a ser realizado para proteger as crianças, e todas as pessoas.


Embora se saiba que a agressividade é uma característica inerente à espécie humana e, do ponto de vista evolutivo, está inclusivamente associado à sua sobrevivência, o comportamento de agressão cria um desconcertante problema social na medida em que configura um padrão de desrespeito e violação dos direitos das pessoas. A violência traduz-se através de comportamentos intencionais que visam controlar e causar dano à outra pessoa, compreendendo sempre uma violação dos direitos da outra pessoa.



O que podemos fazer no nosso dia-a-dia enquanto mães, pais, familiares, amigas/os, pessoas, para prevenir a violência?


Num primeiro plano, perceber que atitudes e comportamentos podem configurar violência. Por vezes os comportamentos de violência são considerados naturais no quotidiano e na sociedade [para saber mais sobre os comportamentos violentos e como prevenir; www.prevint.pt]


Compreender a violência passa por entender o contexto, os mitos e as crenças envolvidas na sua prática e o significado que a mesma tem para cada uma das pessoas envolvidas. O ser humano é fortemente influenciado por tudo o que o rodeia, levando ao desenvolvimento de crenças, consequência das perceções que se vão construindo e transmitindo nas múltiplas interações sociais. Assim, resultado da socialização, as crenças erróneas que justificam as condutas abusivas conduzem à legitimação da violência . Estas cognições são transmitidas, na maior parte das vezes de modo automático e involuntário, ao longo do tempo, no processo de educação e socialização das crianças. Verifica-se por vezes a crença de que o uso de violência (e.g., ameaças, palmadas, humilhação, entre outros) é aceitável para a resolução de conflitos interpessoais.


Ao capacitar mães, pais e cuidadoras/es com o conhecimento, competências e recursos de que precisam para cuidar das suas/seus filhas/os, todos nós podemos desempenhar um papel na prevenção do abuso e negligência infantil, ao mesmo tempo em que ajudamos as crianças no seu processo desenvolvimental saudável.Todas as famílias vivenciam eventos stressantes e desafios que fogem do seu controlo. As famílias são influenciadas pelas organizações, sistemas e sociedade, de diferentes maneiras. No entanto, devemos sempre ter um papel ativo no reconhecimento das atitudes e comportamentos que podem controlar e causar dano a outra pessoa.


Este mês, e durante todo o ano, incentivo todas as pessoas a cuidarem de si para cuidarem das outras pessoas. Prevenir maus-tratos e promover o bem-estar. Consultarem profissionais especializados para se capacitarem para um desempenho positivo e competente dos cuidados a crianças.


Dra. Eduarda Ramião, OPP 23185

Psicóloga no Personalizar

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